Um novo olhar para o Pôr do Sol ( direito a moradia e a vegetação)
Autores: Millena Dutra e Anna Clara Monteiro
O Brasil no cenário contemporâneo apresenta-se como um local de muita desigualdade social/econômica, isso se reflete diretamente no urbanismo no contexto do acesso a moradias, a áreas verdes de qualidade, mobilidade, entre outros. Nesse aspecto diversas famílias encontram-se em situação de vulnerabilidade social e sem muitas opções ocupam locais irregulares que por muitas vezes são inapropriados para habitação podendo trazer riscos de acidentes, deslizamento e ocasionar perigo as famílias que ali habitam.
Um exemplo dessa situação e o caso do nosso estudo é a região do Pôr do Sol em Brasília. O projeto propõe-se a compreender e analisar possibilidades de integração de zonas verdes nas regiões adjacentes, trazendo qualidade de vida e lazer. Além de uma proposta de moradia para as famílias do Pôr do Sol e regiões próximas como uma nova possibilidade de qualidade de vida, agregando mobilidade, direito a moradia e lazer.
1. RIDE
A região de intervenção faz parte da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal, composta atualmente por mais de 23 distritos localizados entre as regiões do DF, Minas Gerais e Goiás. O Pôr do Sol é uma das Regiões Administrativas do DF e conta hoje com mais de 80.000 habitantes

01. Mapa Brasil com destaque RIDE DF. Fonte: dados IBGE

02. Mapa dos municípios da RIDE DF. Fonte: dados CODEPLAN
2. O contexto no DF

03. Mapa Df. Fonte: Dados CODEPLAN/ Geoportal

04. Mapa região e áreas de influência. Fonte: dados CODEPLAN/ GeoPortal
A região era uma área rural até o início dos anos 1990, quando passou a ocorrer o fracionamento irregular de terrenos, situação que intensificou-se na década seguinte, o que provocou o crescimento desordenado e favela do local, que por muitos anos conviveu com condições mínimas de infraestrutura; somente em 2008 os dois grandes setores que atualmente compõem a região (Sol Nascente e Pôr do Sol) foram reconhecidos como setores habitacionais de Ceilândia. O Pôr-do Sol está ligando juntamente a Ceilândia, onde fazia parte antes de se tornar Região Administrativa. A partir de 2019, uma lei tornou a 32ª Região Administrativa os então bairros, Pôr-do-Sol e Sol Nascente
3. Reconhecimento da Região
A região do Pôr do Sol em contraste com sua área de influência imediata, a Ceilândia, apresenta diversos pontos de fragilidade social que refletem diretamente nos dados como presença de áreas verdes, calçadas, estrutura para mobilidade e entre outros.
Dentro dessa análise foram tomadas estratégias para a tratar essas questões por meio do urbanismo social, trazendo propostas de soluções para esse novo território em expansão.

05. Mapa base região. Fonte: dados CODEPLAN/ GeoPortal

06. Diagrama transporte público. Fonte: dados GeoPortal

07. Diagrama hierarquia viária. Fonte: dados GeoPortal

08. Diagrama áreas verdes. Fonte: GeoPortal

10. Diagrama uso do solo. Fonte: GeoPortal

12. Diagrama mobiliários de lazer. Fonte: GeoPortal.

09. Diagrama densidade urbana. Fonte: GeoPortal

11. Diagrama sistema cicloviário. Fonte: GeoPortal

13. Diagrama de equipamentos urbanos. Fonte: GeoPortal.
Observa-se que a situação da infraestrutura urbana e a qualidade das ruas em Sol Nascente/Pôr do Sol é precária, diferindo significativamente do observado para Ceilândia.Os diagramas de análise refletem acima de tudo a fragilidade da região. Essa mostra-se através da ausência de equipamentos essenciais a população tais como fácil acesso transporte público, ciclovias e calçadas que valorizem o pedestre. Os pontos de serviços como comércio e equipamentos básicos de saúde, segurança e escolas apresentam-se escassos e distantes do local. No mesmo passo o acesso as áreas verdes e mobiliários de lazer se dissipam na região mostrando-se mais concentrados em todo o entorno e em déficit na região de intervenção.
Nota-se que a infraestrutura de ruas para ambas as localidades difere consideravelmente. A maioria dos domicílios de Ceilândia possui ruas asfaltadas, com calçada e meio fio e com rede de coleta de água pluvial. O contrário acontece em Sol Nascente/Pôr do Sol, onde um pequeno porcentual dos domicílios apresentam ruas asfaltadas (30,88%), a presença de calçada e meio fio é baixa (22,43% e 20,40% respectivamente) e poucos domicílios contam com ruas com rede de coleta de água pluvial (24,45%). Observa-se que a situação da infraestrutura urbana e a qualidade das ruas em Sol Nascente/Pôr do Sol é precária, diferindo significativamente do observado para Ceilândia.
4. A Proposta
4.1. Habitação
Um dos grandes pontos sensíveis na área é a questão habitacional, no mapa de densidade urbana podemos observar como a região é densa em quantidade de habitantes por área e o Pôr do Sol apresenta-se como uma área em constante expansão e que necessita de um tratamentos urbano e habitacional para suprir as necessidades da população em crescimento. Nesse sentido propõe-se um projeto de expansão do Pôr do Sol em sua região mais ao Sul, propondo uma área nova, com traços do tecido urbano existente mas trazendo novos tipos de habitação para o local

14. Área de intervenção na Região Administrativa de Ceilândia

15. Proposta de intervenção dedicada à novas habitações e comércios

16. Utilização do novo espaço
Observa-se que a situação da infraestrutura urbana e a qualidade das ruas em Sol Nascente/Pôr do Sol é precária, diferindo significativamente do observado para Ceilândia.Os diagramas de análise refletem acima de tudo a fragilidade da região. Essa mostra-se através da ausência de equipamentos essenciais a população tais como fácil acesso transporte público, ciclovias e calçadas que valorizem o pedestre. Os pontos de serviços como comércio e equipamentos básicos de saúde, segurança e escolas apresentam-se escassos e distantes do local. No mesmo passo o acesso as áreas verdes e mobiliários de lazer se dissipam na região mostrando-se mais concentrados em todo o entorno e em déficit na região de intervenção.
O projeto traz áreas residenciais e unifamiliares que comportam até 200 famílias por unidade dentro de cada um dos blocos, além de trazer aéreas de uso misto de comércio térreo e mais dois pavimentos de habitação. Um outro tipo é a habitação de 4 pavimentos que traz um desenho que procura favorecer a vista de todos os apartamentos para as grandes áreas verdes entre os blocos.

Corte área habitacional
4.2.. Áreas Verdes
Outro ponto sensível a toda região e entorno é a ausência de arborização de qualidade e dos direito a áreas verdes de maneira homogênea. A proposta a seguir se dispõe a identificar áreas de pontos de interesse para a promoção de grandes parques urbanos que atendam a população de modo a se conectarem com o sistema de mobilidade como metrô e ciclovias, propondo uma integração verde completa por toda a região.
Além da área da proposta de habitação destacamos alguma locais com grande potencial para arborização e parques como as áreas das bordas de Brazlândia, os eixos centrais da Ceilândia, toda a extensão lateral da via DF-180, além da zona linear em Samambaia norte, todos conectados por sistema de transporte coletivo e acessíveis ao pedestre.

17. Proposta de intervenção dedicada à novas áreas verdes e ciclovias

18. Setorização do parque modelo (Samambaia)
O detalhamento do parque linear na Samambaia norte traz a diretriz de proposta de implantação que pode ser transmitidas as outras áreas destacadas. O projeto procura trazer equipamentos sociais para dentro da área do parque, com intenção de integrar a população trazendo cultura esporte e também segurança para esses locais. A diretriz propõe a diversidade de usos do parque como parque infantil, área de convívio e alimentação, jogos ativos, praças culturais e dispositivos de lavatórios e bebedouros.

19. Corte transversal do parque modelo